25 de janeiro de 2008

No Getsêmani

Você está sozinho. Ninguém por perto nem sequer para lhe dar um ombro amigo de solidariedade. Você está no fundo do poço, na mais distante possibilidade humana de solução. As dores são lancinantes e o escuro desta situação leva-o a pensar que ninguém sofre mais do que você.
Foi assim com líderes mundiais que, diante de situações conflitantes e desesperadoras, pensaram “por que eu”?
Foi assim com pessoas simples que tiveram que enfrentar uma guerra que não começaram e nem desejaram.
Foi assim com você, naquele dia em que disse que tudo estava terminado, que não havia mais solução, e que as cortinas estavam se fechando.
Assim tem sido com muitos cristãos que, diante da perseguição que enfrentaram, desejaram mais estar com Cristo “que é muito melhor” (Paulo de Tarso aos Filipenses 1:23).
Você não suporta mais! As soluções não encontram espaço em sua vida porque sua mente está completamente fechada para qualquer possibilidade. Não há retorno e seu suor aumenta, sua respiração fica mais rápida; o coração parece que vai pular para fora de seu corpo. As perguntas são tantas, quantos são os pensamentos sequazes do pessimismo. Onde a força? Onde a mudança de situação? Onde o brilho do sol nessa madrugada infinda?
Só o acompanhar do silêncio mergulhado no desespero da alma. Só a escuridão que parece forçar a barra para ficar, espantando o raiar do sol na terra fria da noite que a acompanha. Um ou outro som de pássaro querendo iniciar seu canto matinal, mas apenas barulhos, não sei de onde, assustando a alma aflita e sem visão.
Uma presença estranha, uma presença assustadora costuma permear situações assim. São forças malignas destruidoras e mentirosas, promovedoras da impossibilidade, do desânimo, da vontade de não viver mais, do pânico que enrijece. Parece que o fim chegou para você na estrada do nada, no jardim do faz de conta, no monte do “eu sei tudo”. O fim parece que venceu no quarto da desesperança, na sala da discussão sem fim, no palácio da infelicidade. O desejo, na verdade, do término, envolve o ar. Por não mais suportar, entregar os pontos parece ser a decisão mais razoável. Afinal, na estrada do infinito, para que continuar insistindo na continuidade?

Mas apenas parece. Você não está sozinho. Jesus, no Getsêmani levou nossas dores numa oração que derramou sangue, grandes gotas de sangue na terra do jardim.
Jesus ama você, de tal maneira, que o levou para o jardim para dizer ao Pai o quanto era difícil aquele cálice, mas que o beberia por você.

Jesus, no Getsêmani, amou você, abraçou você, suou sangue por você, deu-se completamente para ser levado, traído, para a cruz.
Isso é amor. Você não está sozinho. Abrace o seu Senhor!

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